26 de junho de 2019

Campanha Junho Violeta alerta para o perigo de coçar os olhos

Campanha Junho Violeta alerta para o perigo de coçar os olhos

Uma em cada 2 mil pessoas no Brasil é portadora de ceratocone, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Pensando neste público, entidades de oftalmologia do mundo inteiro elegeram este mês para a campanha Junho Violeta, que alerta para o risco de coçar os olhos. Um ato simples e corriqueiro, mas que nos pacientes de ceratocone, o atrito ao esfregar agrava a doença. “O paciente de ceratocone deve passar por um tratamento crônico que inibe crises alérgicas e coceira das pálpebras”, frisa o oftalmologista Dr. Armando Signorelli, especialista em córnea.

O médico explica que a piora do quadro deve-se ao fato da córnea do portador da doença apresentar um tecido mais delicado e fino. De acordo com Signorelli, o ato de coçar provoca ainda mais afinamento, aumentando a deformidade e a baixa visual.

O ceratocone, que pode ou não ser genético, é caracterizado pelo afinamento da córnea e, consequente, protusão desse tecido e mudança da curvatura. De arredondada como a metade de uma laranja, gradualmente passa a ficar mais pontuda, em formato parecido com um chapéu de bruxa. “Por isso o nome “ceratos”, que em grego é córnea e cone”, destaca.

Dr. Armando Signorelli, especialista em córnea

Segundo Signorelli, estudos demonstram que 94% dos pacientes de ceratocone são diagnosticados entre os 12 e 39 anos e apresentam o problema nos dois olhos, mas não ao mesmo tempo. “Pode aparecer primeiro em um olho e, anos depois, no outro”, salienta.

A progressão do ceratocone é variável. No estágio inicial, o uso de óculos ou de lentes de contato rígidas mantém a boa visão. No entanto, no decorrer do tempo, a protrusão avança, dificulta o encaixe das lentes e o paciente tem a visão reduzida. “Diferentes tipos de lentes de contato têm sido desenvolvidos para se ajustar à curvatura corneana, com alteração do material da lente, desenho, formas de uso, sistemas de limpeza e manutenção. Essas mudanças têm conferido mais conforto aos pacientes”, observa.

O médico ressalta, porém, que a doença evolui e quando a adaptação das lentes de contato se torna difícil, pode-se indicar o tratamento cirúrgico em que se coloca a prótese Anel Intracorneano, também conhecido no Brasil como Anel de Ferrara.

Signorelli explica que a prótese é de material acrílico óptico e, ao ser inserida dentro da córnea, corrige a deformidade e promove um espessamento do tecido corneano. A iniciativa melhora consideravelmente a acuidade visual e permite a adaptação de lentes de contato ou, em alguns casos, o uso de óculos. “Quando a córnea é muito deformada e fina, a colocação do anel é inviável e a opção para restituição da visão passa a ser o transplante de córnea”, argumenta o especialista.

Curiosidades sobre o ceratocone

• Pessoas que têm alergia nos olhos, rinite e sinusite têm mais probabilidade de adquirir o distúrbio ocular;

• Pessoas com Síndrome de Down, Síndrome de Turner, Síndrome de Marfan ou outras síndromes podem desenvolver o ceratocone com mais facilidade;

• A córnea normal apresenta formato com curvatura que se assemelha a metade de uma laranja e tem de 40 a 47 dioptrias (medida de grau de uma lente). O portador da doença tem a córnea mais fina e mais curva, em formato de cone, medindo mais que os 47 dioptrias, podendo chegar a acima de 60 dioptrias;

• A etiologia do ceratocone ainda não foi determinada. Especula-se que tenha origem a partir de defeitos em diversos genes. Pode ser familiar ou incidir sobre um único membro familiar;

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Saiba o que é catarata: sintomas, tratamentos e causas

Imagens turvas e embaçadas, presença constante de uma espécie de névoa diante dos olhos…

Estas são queixas comuns dos pacientes que têm catarata. Apesar de ser muito popular (quase todo mundo conhece alguém que já teve catarata), ainda persistem muitas ideias erradas sobre o que é catarata e sobre como tratá-la.

A maioria dos casos de catarata acontece como parte do processo de envelhecimento, mas é possível desenvolver a doença como consequência de traumatismos oculares, do uso inadequado de algumas medicações ou por excesso de exposição à luz solar.

Como o problema pode ser identificado?
Visão mais embaçada, imagens que parecem ter cores desbotadas, percepção de halos claros ao olhar para a luz podem ser sinais de catarata. Se algum deles for percebido, é preciso procurar seu oftalmologista. Ele fará uma série de exames para identificar se o motivo do problema é catarata.

Qual o tratamento para a catarata?
O único tratamento para a catarata é a cirurgia, indicada sempre que o embaçamento da visão interferir na realização das atividades diárias. Na cirurgia de catarata, o cristalino opacificado é removido do olho, e em seu lugar é inserida uma lente intraocular artificial.

Hoje existem diversos tipos de lentes intraoculares (inclusive multifocais, que podem reduzir a necessidade de uso de óculos para perto e para longe). Seu oftalmologista avaliará quais as melhores indicações para o seu caso, considerando suas características e necessidades.

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