Os sentidos humanos são essenciais para interação entre as pessoas. Os olhos são responsáveis pelo sentido da visão, possibilitando enxergar tudo que está à volta. Para que esse mecanismo funcione sem causar alterações, a imagem que entra pela córnea – membrana transparente, localizada na frente da Íris – deve ser formada na retina.
Na verdade, quem enxerga não é o olho, mas o cérebro, que forma as imagens e determina relações com a memória, permitindo a identificação do objeto que está sendo visto, um copo, cachorro ou uma pessoa.
Simplificando, abrir os olhos e focalizar uma imagem é algo tão natural que não é percebido. Isso se dá pela perfeita ordenação das áreas que fazem parte do sistema da visão, que trabalham conjuntamente. Mas, quando um dos componentes deste sistema apresenta algum tipo de problema, pode ocorrer a visão dupla.
A visão dupla é a condição em que uma pessoa enxerga duas imagens de um único objeto. É como olhar a imagem de uma televisão com “fantasma”. Em geral, cada olho produz uma imagem dos objetos, mas o cérebro as une e as vê como se fossem uma só. No caso da visão dupla, o processo não acontece desta forma, ao contrário, o cérebro não consegue reunir as imagens e as vê como duplas.
SITUAÇÕES
Diplopia: é considerada monocular, se a visão é dupla, num único olho, mesmo se o outro olho for fechado, e binocular (usado em conjunto), se a visão dupla só ocorre quando se está olhando com os dois olhos e desaparece se um dos olhos for ocluído.
Poliplopia: quando são percebidas três ou mais imagens superpostas de um único objeto.
Problemas com a córnea: em alguns casos, podem causar visão dupla em apenas um olho. Ao cobrir o olho afetado, o desconforto pode sumir. A superfície danificada do olho distorce a luz recebida, causando visão dupla. Os danos podem acontecer de várias maneiras: por infecções ou complicações raras em cirurgias.
Catarata: é a doença mais comum a provocar visão dupla. Se o distúrbio estiver presente nos dois olhos, as imagens em ambos estarão distorcidas. Uma cirurgia corrige a catarata e elimina o problema de visão dupla.
Astigmatismo: é um défice visual provocado, mais frequentemente, pela curva anormal da superfície da córnea;
Ceratocone: a córnea torna-se gradualmente distorcida, mais fina e com a forma de um cone;
Pterígio: Engrossamento da conjuntiva (membrana fina que reveste o globo ocular e a parte interna das pálpebras);
Luxação do cristalino: Quando os ligamentos que mantêm o cristalino no seu lugar se rompem e o cristalino sai do seu lugar, ou se move;
Massa ou inchaço da pálpebra: esta situação pode comprimir a parte anterior do olho;
Olho seco: Quando os olhos não produzem lágrimas suficientes ou de qualidade;
Alguns problemas da retina: a visão dupla pode ocorrer quando a superfície da retina não é perfeitamente regular, o que pode ter diversas causas;
Diabetes: esta doença pode conduzir a problemas nos nervos que controlam os movimentos musculares do olho. Por vezes, a visão dupla pode acontecer antes de a pessoa ter conhecimento que sofre de diabetes;
Miastenia gravis: uma doença neuromuscular que faz com que os músculos se “cansem” facilmente e fiquem fracos;
Doença de Graves: algumas pessoas com essa doença desenvolvem uma visão dupla devido ao inchaço e espessamento dos músculos responsáveis pela movimentação dos olhos dentro da órbita;
Traumatismo dos músculos oculares: os músculos da órbita (local onde fica o globo ocular) podem ser lesados por um traumatismo facial, especialmente por uma fratura dos ossos da órbita.
Estrabismo: um desalinhamento dos olhos que afeta cerca de 4% das crianças com menos de seis anos de idade.
Lesão dos nervos que controlam os músculos extrínsecos do olho: estes nervos podem ser afetados por uma lesão cerebral causada por uma infecção, esclerose múltipla, acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico ou tumor cerebral.
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Fonte: CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia