No passado, havia um conceito de que só se deveria intervir com cirurgia, retirando a catarata, quando a queda visual fosse muito significativa ou mesmo já com a ausência de visão. Evidente que com o tempo os conceitos e as condutas mudam.
Para esclarecermos o que há de mais atual, vamos primeiramente explicar o que é a catarata. No nosso olho, logo atrás da pupila, existe uma lente que por sua transparência é denominada de “cristalino”.
A Catarata é uma doença ocular que pode ser congênita (menos frequente) ou adquirida. Consiste na opacidade parcial ou total do cristalino, geralmente de maneira progressiva. Trauma ocular, medicações, inflamações intraoculares, exposição excessiva à radiação ultravioleta e diversas doenças, como o diabetes podem antecipar o desenvolvimento de catarata.
Dentre os sintomas da catarata, destacamos: redução da acuidade visual, com perda da nitidez da imagem, dificuldade para distinguir cores, alteração frequente no grau dos óculos. A catarata, em geral, é bilateral sendo a maior causa de cegueira reversível em todo o mundo, atingindo milhões de pessoas.
Para descontrair um paciente que acaba de ter esse diagnóstico, costumo dizer: “FELIZES OS QUE VIVEM PARA TÊ-LA”!
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E como tratar a catarata? Não existe tratamento clínico para catarata. Este é sempre cirúrgico. A partir do momento em que a visão interfere na qualidade de vida há indicação para a cirurgia. A técnica cirúrgica mais empregada consiste na microfragmentação e aspiração do cristalino. No local da lente natural que foi removida é implantada uma lente (lente intraocular). Com o avanço tecnológico destas lentes também é possível a correção de erros refracionais (miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia – vista cansada) na cirurgia de catarata.
As lentes intraoculares proporcionarão ao paciente uma melhor qualidade de vida, com menor dependência de uma correção óptica residual. A decisão sobre o tipo de lente a ser implantada será feita de acordo com a avaliação do especialista que irá orientar seu paciente quanto ao procedimento e às restrições no pós-operatório.
Os procedimentos médicos oftalmológicos estão muito seguros, com recuperação e volta às atividades cada vez mais precoces, mas nunca devem ser banalizados. Complicações, apesar de muito incomuns, podem ocorrer.