O diabetes é considerado, mundialmente, um dos maiores problemas de saúde. Manter a glicemia sob controle auxilia na redução dos riscos de doenças renais, cardíacas e infecções. No entanto, sem o acompanhamento adequado pode haver inúmeras complicações que atingem, também, os olhos, causando visão embaçada e, com o passar dos anos, perda da acuidade visual. Ambos os sintomas podem estar associados à catarata ou alterações na retina, como um problema grave chamado de retinopatia diabética, que pode causar descolamento de retina, hemorragias e é capaz de levar à cegueira.
Hoje, o diabetes atinge mais de 400 milhões de pessoas, segundo dados da OMS e a tendência é que esse número siga crescendo se os hábitos da população em geral não passarem por mudanças. Além disso, este número pode atingir proporções ainda maiores se considerarmos as crianças e quem ainda não recebeu o diagnóstico. A doença é uma das principais causas de insuficiência renal, acidente vascular cerebral e amputação dos membros inferiores. Quando falamos sobre lesão nos olhos, o diabetes é um fator de risco importante e o controle em conjunto com médicos especialistas, incluindo o oftalmologista, é fundamental.
A retinopatia diabética é uma das complicações do diabetes e responsável por 4,8% dos 37 milhões de casos de cegueira provocados por doenças oculares mundialmente, o que soma cerca de 1,8 milhões de pessoas. A doença se dá de forma progressiva e quanto maior o tempo de convivência com o diabetes, maiores são as chances de desenvolvimento de lesões. Após 15 anos, cerca de 2% das pessoas com diabetes tornam-se cegas, e em torno de 10% desenvolvem perda visual grave. Com 20 anos, mais de 75% dos pacientes têm alguma forma de retinopatia diabética.
O acompanhamento médico é o primeiro passo para se obter o diagnóstico precoce, tão importante para esses casos. Estudos conduzidos por mais de 30 anos dão evidências de que a realização do tratamento reduz o risco de perda visual em mais de 90% dos casos. Todavia, a perda visual causada pela doença é irreversível e, por isso, não se deve aguardar que surjam os primeiros sintomas visuais para buscar ajuda médica.
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Fonte: CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia