19 de setembro de 2019

Implante é o mais novo recurso para controle do glaucoma

Implante é o mais novo recurso para controle do glaucoma

A terapia para glaucoma – doença que se não tratada adequadamente provoca cegueira – ganhou um grande reforço no Brasil: a Anvisa acaba de aprovar um implante projetado para reduzir a pressão intraocular em pacientes com a doença do tipo primária de ângulo aberto, para a qual as intervenções médicas anteriores à base de laser e colírios não foram efetivas.

De acordo com a fabricante, a farmacêutica Allergan, o XEN reduz a pressão dos olhos ao permitir que o fluxo do humor aquoso (líquido do olho) vá para o espaço subconjuntival. O implante é colocado por meio de uma microcirurgia, com uma pequena incisão na córnea, e pode ser feito em conjunto com a cirurgia de catarata. A falha da drenagem é justamente o que caracteriza o glaucoma.

A oftalmologista Dra. Cecília Sevalho Gonçalves, especialista na área no Centro Campineiro de Microcirurgia e Oftalmologia Signorelli, ressalta que o implante já é usual nos Estados Unidos e em outros países, onde apresenta bons resultados. “No entanto, os médicos brasileiros precisam de treinamento para aplicá-lo por ser um procedimento delicado”, alerta.

A grande vantagem do dispositivo, conforme Dra. Cecília, é que ele consegue baixar bastante a pressão com menos riscos para o paciente quando comparado à cirurgia fistulizante (trabeculectomia). Ela explica que, ao contrário do XEN, a trabeculetomia – que é a cirurgia mais usada no País atualmente –, requer abertura e realização de pontos na conjuntiva (branco do olho), o que aumenta o risco de infecções e outras complicações.

Segundo Cecília, os colírios hipotensores (redutores da pressão) para uso diário são normalmente a primeira opção de tratamento. Nos casos em que a pressão do olho não está sendo controlada com estes métodos, há a indicação cirúrgica. É aí que entra o novo implante, que permite uma cirurgia eficaz e segura.

“O glaucoma não tem cura e nem reversão, por isso é muito importante que se faça exames de medida da pressão intraocular e do fundo do olho periodicamente. O diagnóstico precoce facilita o controle e o paciente deve ser seguido pelo oftalmologista pelo resto da vida”, frisa a Dra. Cecília.

O que é?

O glaucoma é uma doença degenerativa crônica do nervo óptico relacionada com aumento da pressão intraocular. O nervo óptico é responsável por transmitir a informação captada nos fotorreceptores do olho até o córtex cerebral, onde é transformada em uma imagem. Nas fases iniciais, o glaucoma causa uma perda da visão periférica, normalmente imperceptível ao paciente. Com o passar dos meses e anos o glaucoma progride e a visão vai “fechando”, podendo se tornar tubular, e, sem tratamento, chega até a cegueira. A perda visual pelo glaucoma é irreversível e os tratamentos disponíveis hoje conseguem apenas interromper a piora.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é responsável por cerca de 12,3% dos casos de cegueira no planeta, sendo a principal causa de cegueira irreversível e perdendo apenas para a catarata na totalidade de casos. O glaucoma é mais comum em pessoas acima dos 40 anos, atingindo cerca de 2% da população nessa faixa etária, mas pode ocorrer em qualquer idade, até mesmo em recém-nascidos (chamado de glaucoma congênito).
O glaucoma pode ser primário ou secundário. O primário se caracteriza pela impossibilidade de determinar a causa para o aumento da pressão intraocular. Já o glaucoma secundário ocorre como consequência de um estímulo externo ou de outras doenças. As causas mais comuns são diabetes mellitus, inflamações do olho (uveítes), traumas oculares e uso de corticoide. Há ainda exames complementares que auxiliam o diagnóstico e a classificar a gravidade da doença.

Chega e se instala sem aviso

“Embora o glaucoma possa se manifestar de maneira aguda, em que a pressão do olho sobe subitamente causando dor ocular intensa, olho vermelho e embaçamento visual, na maioria das vezes o glaucoma é silencioso e sem sintomas. Só é percebido quando já está avançado”, alerta Dra. Cecília.

O tratamento do glaucoma consiste na redução e controle da pressão intraocular para impedir a sua progressão. A médica explica que a pressão ideal varia de pessoa para pessoa e quanto mais avançado o glaucoma, menor a pressão alvo.

É importante salientar que apenas o médico oftalmologista pode indicar qual tratamento é o mais adequado para cada caso.

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Saiba o que é catarata: sintomas, tratamentos e causas

Imagens turvas e embaçadas, presença constante de uma espécie de névoa diante dos olhos…

Estas são queixas comuns dos pacientes que têm catarata. Apesar de ser muito popular (quase todo mundo conhece alguém que já teve catarata), ainda persistem muitas ideias erradas sobre o que é catarata e sobre como tratá-la.

A maioria dos casos de catarata acontece como parte do processo de envelhecimento, mas é possível desenvolver a doença como consequência de traumatismos oculares, do uso inadequado de algumas medicações ou por excesso de exposição à luz solar.

Como o problema pode ser identificado?
Visão mais embaçada, imagens que parecem ter cores desbotadas, percepção de halos claros ao olhar para a luz podem ser sinais de catarata. Se algum deles for percebido, é preciso procurar seu oftalmologista. Ele fará uma série de exames para identificar se o motivo do problema é catarata.

Qual o tratamento para a catarata?
O único tratamento para a catarata é a cirurgia, indicada sempre que o embaçamento da visão interferir na realização das atividades diárias. Na cirurgia de catarata, o cristalino opacificado é removido do olho, e em seu lugar é inserida uma lente intraocular artificial.

Hoje existem diversos tipos de lentes intraoculares (inclusive multifocais, que podem reduzir a necessidade de uso de óculos para perto e para longe). Seu oftalmologista avaliará quais as melhores indicações para o seu caso, considerando suas características e necessidades.

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