Um hábito tão comum: esfregar ou coçar os olhos, pode ter consequências sérias, alerta o oftalmologista Renato Ambrósio Jr., membro titular da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, que lançou recentemente um livro sobre o assunto – “Tenho Ceratocone. E Agora?”
Segundo o especialista, o ato de coçar prejudica a visão, mas a má informação prejudica muito mais, razão pela qual foi lançada a Campanha Violet June, promovida mundialmente pela Keratoconus Awareness Campaign. No Brasil, a Campanha tem o apoio da SBO, do CBO e de outras entidades oftalmológicas.
O diagnóstico de Ceratocone pode ser devastador para o paciente e sua família por falta de orientação, alerta Renato Ambrósio Jr., lembrando que a educação para promover o conhecimento e a tomada de consciência do público não médico sobre a doença são aspectos fundamentais. As estatísticas da literatura especializada mostram a incidência de 1 caso para cada 2mil pessoas (0,5%).
O Ceratocone é uma doença da córnea, na qual a córne aumenta sua curvatura de forma irregular e assume formato de cone. Esta alteração causa astigmatismo com irregularidade, o que leva à distorção das imagens e determina limitação para a eficiência das lentes esfero-cilíndricas de óculos.
Embora normalmente o Ceratocone não leva á cegueira, pode levar a uma acentuada perda da visão. Inicia-se geralmente na adolescência, afeta um pouco mais as mulheres do que os homens, e evolui geralmente até os 30/35 anos, quando ocorre uma estabilização natural.
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Fonte: SBO – Sociedade Brasileira de Oftalmologia