27 de março de 2024

Você já ouviu falar em Toxoplasmose Ocular?

Você já ouviu falar em Toxoplasmose Ocular?

A toxoplasmose é uma doença amplamente distribuída pelo planeta e é considerada uma zoonose, pois parte do ciclo do Toxoplasma gondii que é um protozoário, acontece no intestino dos felinos.

Apesar de ser conhecida como a doença do gato, atualmente a transmissão pelo contato direto com esse animal é considerada acidental. As principais formas de transmissão são por ingestão de água, vegetais e carne contaminados ou ainda de mãe para filho durante a gravidez. Os felinos eliminam o Toxoplasma gondii nas suas fezes apenas por algumas semanas após serem infectados e assim o ambiente e outros animais (inclusive o homem) também podem se infectar. Os cistos do Toxoplasma eliminados nas fezes do gato infectado demoram pelo menos 24 horas para serem capazes de causar a infecção. Essas formas infectantes podem permanecer viáveis no meio ambiente por vários meses, particularmente em climas quentes e úmidos como o do Brasil.

Essa doença raramente é grave em indivíduos saudáveis, mas pode ser causa de quadros neurológicos importantes em imunossuprimidos e também pode levar a lesões congênitas nos fetos caso a mulher adquira a infecção durante a gestação.

Alguns estudos mostram que cerca de 60% da população brasileira tem anticorpos para o Toxoplasma gondii, o que significa que uma grande parcela da nossa população já entrou em contato com esse protozoário. Destes indivíduos que tem o exame positivo, apenas um percentual em torno de 10% vai desenvolver a doença ocular em algum momento da vida. Esses percentuais são variáveis de acordo com a faixa etária e região estudada e infelizmente o Brasil tem as maiores taxas de ocorrência da toxoplasmose no mundo.

A infecção ocular pode causar dano a retina e coroide dos pacientes causando o que os oftalmologistas chamam de uveíte posterior. Essa forma de apresentação da toxoplasmose pode cursar com pouco ou nenhum sintoma ou ainda sintomas intensos de inflamação ocular como dor, olho vermelho e turvação visual. É importante que os pacientes saibam que há tratamento para os casos ativos, mas que dependendo da localização da lesão e da presença de complicações pode ocorrer perda de visão em intensidades variadas.

Como as medicações utilizadas para o tratamento não conseguem matar os cistos do parasita que povoam a retina, o quadro oftalmológico pode ser recidivante, ou seja, o paciente pode apresentar mais de um episódio de atividade durante a vida. Em alguns casos o médico oftalmologista pode recomendar o uso de medicações profiláticas por vários meses para diminuir a chance de ocorrerem recidivas do quadro.

Prevenir a infecção é fundamental para a diminuição da ocorrência da doença ocular na população em geral e as formas graves em imunossuprimidos e fetos.

Prevenir é sempre o melhor remédio!

Fique esperto e saiba como prevenir a infecção pelo Toxoplasma:

  1. Beba somente água filtrada e mantenha reservatórios tampados para evitar a contaminação.
  2. Coma somente carne bem passada (temperaturas superiores a 70 graus Celsius por alguns minutos ou abaixo de -10 graus Celsius por vários dias são geralmente suficientes para eliminar o parasita)
  3. Lave bem e friccione verduras, legumes e frutas com água filtrada em abundância
  4. Não prove carnes cruas para ajustar o tempero e lave bem as mãos após manuseá-las.
  5. Considere que o solo pode estar contaminado, portanto use luvas e lave bem as mãos após a jardinagem.

Se tiver gato em casa:

  1. Limpe a caixa de areia todos os dias e evite que grávidas executem essa tarefa.
  2. Evite que seu gato passeie na rua. Gatos são caçadores e ao caçar podem adquirir a infecção.
  3. Alimente seu gato apenas com ração ou comida bem cozida.
  4. Evite adquirir um gato novo durante a gravidez.
  5. Nunca abandone seu gato, ele pode ser vítima da doença como você.

– –
Fonte: Veja Bem
www.vejabem.org

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Saiba o que é catarata: sintomas, tratamentos e causas

Imagens turvas e embaçadas, presença constante de uma espécie de névoa diante dos olhos…

Estas são queixas comuns dos pacientes que têm catarata. Apesar de ser muito popular (quase todo mundo conhece alguém que já teve catarata), ainda persistem muitas ideias erradas sobre o que é catarata e sobre como tratá-la.

A maioria dos casos de catarata acontece como parte do processo de envelhecimento, mas é possível desenvolver a doença como consequência de traumatismos oculares, do uso inadequado de algumas medicações ou por excesso de exposição à luz solar.

Como o problema pode ser identificado?
Visão mais embaçada, imagens que parecem ter cores desbotadas, percepção de halos claros ao olhar para a luz podem ser sinais de catarata. Se algum deles for percebido, é preciso procurar seu oftalmologista. Ele fará uma série de exames para identificar se o motivo do problema é catarata.

Qual o tratamento para a catarata?
O único tratamento para a catarata é a cirurgia, indicada sempre que o embaçamento da visão interferir na realização das atividades diárias. Na cirurgia de catarata, o cristalino opacificado é removido do olho, e em seu lugar é inserida uma lente intraocular artificial.

Hoje existem diversos tipos de lentes intraoculares (inclusive multifocais, que podem reduzir a necessidade de uso de óculos para perto e para longe). Seu oftalmologista avaliará quais as melhores indicações para o seu caso, considerando suas características e necessidades.

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