De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), duas a cada três pessoas cegas no mundo são mulheres.
Em números absolutos, isso representa aproximadamente 27 milhões de deficientes visuais totais. Entre as razões apontadas pela OMS para o problema constam questões socioeconômicas, como as diferenças educacionais, muitas não têm informações sobre a cirurgia de catarata, por exemplo, e a disparidade financeira, que dificulta a aquisição de medicamentos, lentes e óculos; e o acesso a unidades de saúde, muitas vezes distantes do local de residência.
As doenças oculares que afetam desproporcionalmente mais mulheres do que homens são variadas. Alguns exemplos são a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), retinopatia diabética, olho seco, glaucoma, catarata, doenças neuroftalmológicas, doenças oculares inflamatórias e as relacionadas ao fluxo sanguíneo na região dos olhos. As causas básicas para essa maior suscetibilidade feminina ainda são pouco conhecidas. No entanto, a interação complexa entre hormônios sexuais, genética, fatores ambientais e o sistema imunológico está relacionada à incidência de doenças sistêmicas que podem trazer danos severos à visão, como a esclerose múltipla, doenças reumáticas, hipertensão e diabetes.
Como as mulheres têm maiores taxas de doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide e esclerose múltipla, é importante ressaltar que essas patologias podem levar à cegueira. Da mesma forma, as complicações do diabetes e da hipertensão podem acarretar doenças oculares, como retinopatia diabética e retinopatia hipertensiva, que comprometem a parede dos vasos sanguíneos da retina, região conhecida como fundo de olho. A retinopatia diabética pode provocar a perda da visão e a hipertensiva causa desde inchaço do nervo óptico até descolamentos de retina.
Os cuidados das gestantes devem ser redobrados. Assim como outras regiões do organismo, os olhos sofrem influência da gravidez. No período, podem ser relativamente comuns visão embaçada, olho seco, reações a lentes de contato e aumento do grau de problemas refrativos preexistentes, como miopia, presbiopia, astigmatismo e hipermetropia. A pré-eclâmpsia e o diabetes gestacional também podem acarretar em perdas graves de visão. O quadro geralmente regride logo após o parto, mas existe a possibilidade de sequelas.
Devido às intensas alterações hormonais, a mulher deve intensificar sua atenção à saúde ocular na menopausa. Além dos sintomas mais comuns, como as ondas de calor, insônia, mudanças de humor e diminuição da libido, também podem ocorrer síndrome do olho seco, sensibilidade à luz, coceira nos olhos e visão nebulosa. Assim como, presbiopia, glaucoma e catarata podem se desenvolver nesta fase.
O aumento da expectativa de vida da mulher (79,9 anos, segundo dados do IBGE) é outro fator que também tem influenciado no surgimento de doenças oculares, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), que se tornam mais comuns após a menopausa.
Independentemente do momento da vida em que esteja, além das visitas regulares ao oftalmologista, a principal recomendação para a mulher preservar sua saúde ocular é manter um estilo de vida saudável: não fumar, adotar uma dieta adequada, não ingerir bebidas alcoólicas em excesso, praticar exercícios físicos, evitar situações de estresse e usar óculos de sol com proteção contra a radiação ultravioleta.
Fonte: Veja Bem – www.vejabem.org