Com o início da vida escolar, podem surgir problemas na visão que influenciam no aprendizado da criança, causando baixo rendimento. Conhecidos como “grau”, os erros refrativos são a causa mais comum de deficiência visual, nestes se incluem a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existem cerca de 148 milhões de pessoas com deficiência visual provocada por erros refrativos, no mundo. Aproveitamento escolar deficiente, menor produtividade profissional e acidentes de trabalho estão diretamente relacionados à baixa visão e são frequentemente causados por esta condição.
Os pais e professores devem ficar atentos a qualquer sinal de desconforto na visão das crianças, pois o diagnóstico precoce é fundamental para garantir a saúde ocular infantil e o bom desenvolvimento escolar.
Erros refrativos na infância
HIPERMETROPIA: é a condição em que o olho é menor que o normal. A maioria das crianças é hipermetrope, em grau moderado. Neste caso, a visão é boa de longe com dificuldade em focalizar as imagens de perto. Os sintomas são: cansaço, desconforto ocular após esforço na visão e dores de cabeça frequentes, principalmente ao final do dia. A hipermetropia não chega a ser um problema, porque em grande parte dos casos o grau diminui conforme o crescimento do olho, sendo assim, é bastante comum que a necessidade de óculos durante a infância termine na idade adulta. A correção pode ser através do uso de óculos e lentes de contato.
MIOPIA: erro refrativo que ocorre quando o olho é mais longo que o normal, fazendo com que a imagem seja projetada antes da retina. Uma condição hereditária geralmente descoberta na idade escolar e que tende a aumentar durante o período de crescimento. A criança míope enxerga com clareza os objetos próximos a ela, mas possui enorme dificuldade de visualizar os objetos distantes. Por isso, as crianças que possuem miopia preferem realizar atividades em que não seja preciso usar a visão a distância, como a leitura. As formas de correção são óculos e lentes de contato.
ASTIGMATISMO: pode ser definido como uma irregularidade na córnea, que faz com que a imagem fique distorcida. Por visualizar os objetos de forma embaçada, em geral as crianças que possuem astigmatismo são dispersas e não gostam de ler ou, então, se aproximam demais dos cadernos ou dos livros para enxergar. É comum que apresentem também sintomas como dores de cabeça, cansaço e irritação nos olhos, náuseas, sensibilidade à luz, ou até cuidado excessivo, por esbarrarem ou tropeçarem com facilidade. O uso de óculos e lentes de contato pode corrigir o astigmatismo.
Além dos erros refrativos…
A ambliopia é a baixa de visão em um olho, sem alteração orgânica, fazendo com que ele deixe de desenvolver a sua capacidade visual. Na maioria dos casos, esse impedimento ocorre porque a criança enxerga mais nitidamente com um olho, e o cérebro escolhe a melhor imagem recebida, com isso o olho com pior visão é ignorado, fazendo com que não se desenvolva.
O tratamento se dá de forma bem simples, o olho com melhor visão é tapado com uma gaze para que o olho deficiente se desenvolva. O procedimento será bem sucedido se for diagnosticado logo nos primeiros anos de vida da criança (antes dos sete anos), caso contrário, o problema pode levar a uma condição permanente de baixa visual.
É importante ressaltar que, embora a cirurgia seja uma alternativa de tratamento para erros refrativos, as crianças não poderão ser submetidas a esse procedimento porque seu sistema visual não alcançou ainda a maturidade.
Mas fique atento!
O oftalmologista é o profissional indicado para esclarecer todas as suas dúvidas.
– –
Fonte: CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia